Auschwitz-Birkenau: um lugar que não se pode esquecer

Fiz uma viagem que incluiu a Polônia em abril de 2023, e escolhi a Cracóvia como minha cidade base no país. E a menos de 2 horas de distância da Cracóvia está Auschwitz, o maior campo de concentração do mundo.

Quando decidi visitar Auschwitz, já sabia que seria uma experiência intensa e emocionante. Mas acho nada poderia me preparar para o que eu iria ver e sentir ao chegar lá. É um sentimento que só estando lá pra ter – um profundo nó na garganta me acompanhou o trajeto todo.

Em meio aos campos verdes e pacíficos da Polônia, encontramos um dos lugares mais sombrios e tristes da história da humanidade.

Como já dizia o escritor e filósofo George Santayana: “Aqueles que não conseguem lembrar o passado estão condenados a repeti-lo”. E é isso que eu quero trazer para vocês hoje, essa reflexão sobre o que aconteceu e como podemos aprender com isso.

Mas já vou logo avisando, esse artigo pode ser gatilho para algumas pessoas, então se você se sentir desconfortável, é melhor parar a leitura por aqui. Mas se quiser continuar, vamos juntos.

Aqui está a minha experiência visitando Auschwitz, um lugar que não se pode esquecer.

• O que é Auschwitz-Birkenau
• Como chegar a Auschwitz-Birkenau
• Quanto custa a entrada?
• O que ver em Auschwitz?
• O que esperar durante a visita
• O horror de Auschwitz-Birkenau
• As enganações usadas pelos nazistas
• Algumas coisas que são importantes saber
• Pra saber!

O que é Auschwitz-Birkenau

Auschwitz é um lugar de grande importância histórica e emocional, onde milhões de pessoas foram mortas durante o Holocausto.

O campo de concentração é composto por três campos principais: Auschwitz I, Auschwitz II (Birkenau) e Auschwitz III (Monowitz).

Auschwitz I é o mais conhecido e possui a entrada principal com o portão que diz “Arbeit macht frei”, os blocos de prisão, a parede da morte e o crematório.

Já em Auschwitz II (Birkenau) encontram-se as ruínas dos crematórios, bem como os restos de várias barracas de prisioneiros.

O que quer dizer Arbeit macht frei

“Arbeit macht frei” é uma frase em alemão que significa “O trabalho liberta”.

Ela ficou famosa por ter sido colocada na entrada de vários campos de concentração nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, incluindo o campo de concentração de Auschwitz.

A frase era uma mentira cruel, pois os prisioneiros eram forçados a trabalhar longas horas em condições desumanas, sem qualquer perspectiva de libertação.

A colocação dessa frase na entrada dos campos de concentração era uma forma de propaganda nazista para enganar e iludir as pessoas que estavam sendo levadas para esses lugares terríveis.

Como chegar a Auschwitz-Birkenau

Auschwitz-Birkenau está localizado a cerca de 70 quilômetros a oeste de Cracóvia, na cidade de Oświęcim. Existem várias maneiras de chegar lá:

• Carro: você pode alugar um carro em Cracóvia e dirigir até Auschwitz-Birkenau. Existem estacionamentos disponíveis no local.
• Ônibus: há ônibus diretos de Cracóvia para Auschwitz-Birkenau, que partem da estação central de ônibus de Cracóvia. O tempo de viagem é de cerca de uma hora e meia.
• Excursão organizada: muitas empresas de turismo em Cracóvia oferecem excursões organizadas para Auschwitz-Birkenau, que incluem transporte de ida e volta, além de um guia turístico. Eu fechei o meu passeio pelo GetYourGuide, como sempre faço. Vou já deixar o link aqui embaixo pra quem quiser reservar, é super seguro.

Quanto custa a entrada?

O antigo campo de concentração de Auschwitz é um local histórico e turístico que está aberto para visitação, com entrada gratuita.

No entanto, é necessário fazer uma reserva prévia de ingressos, que pode ser feita através do site oficial do Museu Memorial de Auschwitz-Birkenau.

O que ver em Auschwitz?

Ao chegar ao campo de concentração de Auschwitz, você irá se deparar com uma série de blocos de tijolos vermelhos, que são os edifícios onde as exposições estão localizadas.

São ao todo 20 blocos que podem ser visitados e cada um deles tem um tema diferente relacionado à história do campo. Alguns podem ser fotografados, outros não.

Você pode seguir caminhando pelos blocos e conhecendo a história de Auschwitz em ordem cronológica.

É possível gastar aproximadamente 4 horas visitando todos os blocos e lendo todas as informações com calma, mas se você estiver com pouco tempo, é possível fazer uma visita mais rápida em cerca de 2 horas (o tempo que tive).

E acho que os blocos que mais me impressionaram foram o 4, 5, 11.

• Bloco 4: Esta exposição é dedicada ao funcionamento interno de Auschwitz, com informações sobre como os prisioneiros eram registrados, as condições de vida no campo e como eles eram selecionados para trabalhos forçados ou para as câmaras de gás.
• Bloco 5: Aqui, você encontrará uma exposição sobre o holocausto e o genocídio em massa. Esta exposição contém informações perturbadoras e imagens fortes, então esteja preparado.
• Bloco 11: Também conhecido como o Bloco da Morte, é um lugar sombrio onde os prisioneiros eram trancados em celas individuais e torturados. Há uma parede de execução do lado de fora do bloco, onde milhares de pessoas foram fuziladas.
• Câmaras de gás e crematórios: Estes edifícios estão localizados fora do campo principal e são um lembrete horrível da crueldade dos nazistas. As câmaras de gás eram disfarçadas como chuveiros e foram usadas para assassinar milhares de pessoas de uma só vez. Os corpos eram então cremados nos fornos adjacentes.

Sobre todos os blocos

Bloco 1: Esta exposição é dedicada à história do campo de concentração de Auschwitz, desde a sua criação em 1940 até a sua libertação pelas tropas soviéticas em 1945.

Bloco 2: Este bloco abriga uma exposição sobre a história dos judeus em Auschwitz, incluindo informações sobre a deportação e seleção de judeus para trabalhos forçados ou para as câmaras de gás.

Bloco 3: Neste bloco, você encontrará uma exposição sobre as vítimas de Auschwitz, incluindo informações sobre os grupos de prisioneiros que foram trazidos para o campo, bem como suas experiências e histórias pessoais.

Bloco 4: Esta exposição é dedicada ao funcionamento interno de Auschwitz, com informações sobre como os prisioneiros eram registrados, as condições de vida no campo e como eles eram selecionados para trabalhos forçados ou para as câmaras de gás.

Bloco 5: Aqui, você encontrará uma exposição sobre o holocausto e o genocídio em massa. Esta exposição contém informações perturbadoras e imagens fortes, então esteja preparado.

Bloco 6: Este bloco abriga uma exposição sobre a resistência dentro do campo de Auschwitz, incluindo informações sobre os grupos de resistência organizados pelos prisioneiros e as tentativas de fuga.

Bloco 7: Neste bloco, você encontrará uma exposição sobre o papel das empresas alemãs durante o holocausto, incluindo informações sobre a exploração de trabalho escravo em campos de concentração.

Bloco 10: Este bloco é dedicado à história da medicina em Auschwitz, incluindo informações sobre os experimentos médicos realizados pelos nazistas em prisioneiros.

Bloco 11: Também conhecido como o Bloco da Morte, é um lugar sombrio onde os prisioneiros eram trancados em celas individuais e torturados. Há uma parede de execução do lado de fora do bloco, onde milhares de pessoas foram fuziladas.

Câmaras de gás e crematórios: Estes edifícios estão localizados fora do campo principal e são um lembrete horrível da crueldade dos nazistas. As câmaras de gás eram disfarçadas como chuveiros e foram usadas para assassinar milhares de pessoas de uma só vez. Os corpos eram então cremados nos fornos adjacentes.

O que esperar durante a visita

Ao chegar em Auschwitz-Birkenau, você terá que passar por uma série de medidas de segurança antes de entrar no local, tipo raio x de aeroporto – tem que tirar bolsa, metálicos do bolso/roupa…

A visita ao Museu Memorial de Auschwitz-Birkenau é uma experiência muito emocionante e impactante para a maioria das pessoas. É difícil não se sentir profundamente comovido ao ver as evidências dos horrores que aconteceram lá e refletir sobre as atrocidades cometidas durante a Segunda Guerra Mundial.

Ao caminhar pelas áreas do campo de concentração, muitos visitantes relatam sentir uma mistura de emoções, incluindo tristeza, horror, desespero, raiva e compaixão. É comum sentir-se emocionado ao ver os objetos pessoais das vítimas, como roupas, sapatos e cabelos, e imaginar as vidas que foram destruídas ali.

Ver os sapatos de crianças, por exemplo, é uma experiência particularmente difícil para muitas pessoas, pois nos confronta com a crueldade e a injustiça da morte de inocentes. É normal chorar e sentir muita emoção ao visitar Auschwitz e outros locais relacionados ao Holocausto.

No entanto, é importante lembrar que a visita a Auschwitz também é uma oportunidade de honrar a memória das vítimas, prestar homenagem aos que sofreram e resistiram e refletir sobre o papel que cada um de nós pode desempenhar para prevenir futuras atrocidades e promover a paz e a justiça.

A visita é dividida em dois campos principais: Auschwitz I e Auschwitz II-Birkenau. Nós fomos primeiro em Auschwitz II-Birkenau e depois em Auschwitz I. O guia propôs isso porque o I estava bem cheio no começo da tarde.

Auschwitz I

Este é o campo de concentração original de Auschwitz, que foi construído em 1940 para prisioneiros políticos poloneses. Mais tarde, tornou-se um campo de concentração para outros grupos, como judeus, ciganos e prisioneiros de guerra soviéticos.

• Exposições: há exposições em vários prédios que mostram a história e os horrores de Auschwitz. Você verá pertences pessoais de prisioneiros, como sapatos e malas, além de fotografias e documentos.
• Paredes de fuzilamento: há uma parede no campo onde muitos prisioneiros foram fuzilados. Ela está preservada como um memorial.
• Bloco 11: este bloco era conhecido como a “prisão dentro da prisão” e era usado para punir prisioneiros.

Auschwitz II-Birkenau

Auschwitz II-Birkenau foi construído em 1941 como um campo de extermínio para judeus. Foi projetado especificamente para matar pessoas em massa.

• Ruínas de crematórios e câmaras de gás: as câmaras de gás eram usadas para matar os prisioneiros. As ruínas dessas instalações ainda podem ser vistas em Birkenau.
• Barracas: as barracas eram onde os prisioneiros viviam. Elas eram superlotadas e insalubres.
• Memoriais: há vários memoriais no local em homenagem às vítimas de Auschwitz-Birkenau.

O horror de Auschwitz-Birkenau

É difícil descrever com palavras o que senti durante a visita. Ver as condições em que as pessoas viviam e morriam era extremamente chocante.

Mas o que mais me marcou foram os sapatos de crianças que vi em uma das exibições. Eu não conseguia segurar as lágrimas e me perguntava como alguém poderia ser tão cruel a ponto de tirar a vida de inocentes. Tipo, pesado!

As enganações usadas pelos nazistas

Outra coisa que me chocou muito em Auschwitz-Birkenau foi a maneira como os nazistas enganavam as pessoas.

Eles usavam táticas como dizer que as câmaras de gás eram “chuveiros” e ofereciam sabão e toalhas para reforçar a mentira.

As pessoas eram forçadas a se despir e entrar nas câmaras de gás, que eram projetadas para se parecerem com banheiros. Quando a porta era trancada, os nazistas liberavam o gás tóxico, sufocando e matando todos dentro.

Algumas coisas que são importantes saber

Essas são algumas perguntas que eu me fiz durante o tour e fui descobrir. Acho que é válido você saber também.

Como isso começou?

O Holocausto ocorreu durante a Segunda Guerra Mundial, entre 1939 e 1945. Foi um genocídio planejado e executado pelos nazistas liderados por Adolf Hitler, que visava exterminar milhões de pessoas, principalmente judeus, mas também ciganos, homossexuais, pessoas com deficiência, entre outros grupos considerados “indesejáveis” pelo regime nazista.

O campo de concentração de Auschwitz foi estabelecido em 1940 na Polônia ocupada pelos nazistas. A partir de 1942, o campo se tornou um centro de extermínio em massa, onde milhões de pessoas foram mortas em câmaras de gás ou morreram de fome, doenças e trabalho forçado.

Quantas pessoas morreram em Auschwitz?

Estima-se que mais de 1,1 milhão de pessoas foram mortas em Auschwitz, a maioria judeus. No entanto, também foram mortos cerca de 140 mil poloneses, 23 mil ciganos, 15 mil prisioneiros de guerra soviéticos e milhares de outros grupos perseguidos pelos nazistas.

Como chegou nesse ponto?

A chegada ao ponto em que o nazismo e o Holocausto se tornaram possíveis na Alemanha e em outros países europeus é um processo complexo que envolveu diversos fatores históricos, políticos, econômicos e sociais.

Uma das principais causas do surgimento do nazismo na Alemanha foi a crise econômica e social que o país enfrentou após a Primeira Guerra Mundial. A inflação, o desemprego e a pobreza afetaram milhões de pessoas, criando um ambiente propício para o surgimento de líderes carismáticos e extremistas que prometiam soluções rápidas e fáceis para os problemas do país.

Outro fator importante foi o ressentimento e o sentimento de humilhação que muitos alemães sentiram após a derrota na Primeira Guerra Mundial e o tratado de Versalhes, que impôs pesadas indenizações e restrições ao país. O nazismo capitalizou esses sentimentos nacionalistas e utilizou-os para criar uma narrativa de superioridade racial e territorial que apelava às aspirações e aos medos dos alemães.

Além disso, o nazismo se beneficiou da fraqueza das instituições democráticas e do enfraquecimento dos valores liberais e humanistas na Europa na década de 1930. A propaganda nazista, a censura e a repressão política criaram um clima de medo e de conformidade que limitou a resistência e a oposição ao regime.

Todavia, é importante ressaltar que não existiu uma única causa ou fator que tenha levado ao surgimento do nazismo e ao Holocausto. Trata-se de um processo complexo e multifacetado que envolveu a participação e a responsabilidade de muitas pessoas e instituições, além das circunstâncias históricas específicas da época.

Como as pessoas eram capturadas?

As pessoas eram capturadas pelos nazistas de diversas formas, como em batidas policiais, em guetos e campos de concentração, em transportes públicos e até mesmo em suas próprias casas. Além disso, muitos foram denunciados por vizinhos e conhecidos que colaboravam com o regime nazista.

Por que Hitler fez isso?

Hitler tinha uma visão extremista e nacionalista que foi alimentada por sua crença na superioridade da raça alemã e a necessidade de expandir o poder alemão.

Ele atraiu um grande número de seguidores por meio de sua oratória, carisma e promessas de recuperação econômica e restauração da grandeza da Alemanha.

Ele também se beneficiou do descontentamento popular com o governo e a situação econômica da época. Estima-se que o Partido Nazista tenha atingido cerca de 8,5 milhões de membros em seu auge.

Pra saber!

1. Auschwitz foi inicialmente criado em 1940 como um campo de concentração para prisioneiros políticos poloneses, mas depois se tornou o maior campo de extermínio do regime nazista.
2. Durante a operação do campo, foram mortas mais de 1,1 milhão de pessoas, a maioria das quais eram judeus. No entanto, também foram mortos prisioneiros de guerra soviéticos, ciganos, homossexuais, prisioneiros políticos e outros grupos minoritários.
3. Os prisioneiros em Auschwitz eram submetidos a condições desumanas, incluindo trabalho forçado, fome, doenças, tortura e experimentos médicos.
4. Existiam áreas específicas dentro de Auschwitz que eram destinadas a diferentes propósitos, como o “Bloco 11”, que era uma área de punição e execução, e o “Bloco 24”, que era onde os prisioneiros eram selecionados para trabalhos forçados ou para serem enviados para as câmaras de gás.
5. Atualmente, Auschwitz é um memorial e museu, que recebe milhares de visitantes todos os anos para aprender sobre a história sombria do Holocausto e homenagear as vítimas do campo.
6. A frase que é frequentemente citada no Museu Memorial de Auschwitz-Birkenau é: “Aqueles que não conseguem lembrar o passado estão condenados a repeti-lo”, do filósofo e escritor espanhol George Santayana. Em polonês, a frase é traduzida como “Kto nie pamięta przeszłości, skazany jest na jej powtórzenie”.

Para quem visita Auschwitz, é importante lembrar que se trata de um lugar sagrado onde muitas pessoas sofreram e morreram. As principais áreas para se visitar incluem os locais onde os prisioneiros eram mantidos, os crematórios e as câmaras de gás. Além disso, existem vários memoriais e monumentos espalhados pelos campos que homenageiam as vítimas. É importante respeitar a seriedade do lugar e não tirar fotos inapropriadas ou se comportar de maneira inadequada.

Espero que o artigo tenha sido informativo e tenha ajudado a conscientizar sobre a importância de nunca esquecer os horrores do Holocausto.

Devemos nos esforçar para construir um mundo melhor, onde a igualdade, a tolerância e o respeito são valores fundamentais para a nossa sociedade.

Nunca devemos esquecer a história, para que possamos evitar que atrocidades como essas voltem a acontecer!