Berlim não é o que você imagina quando pensa na Alemanha. A cidade tem outro ritmo, outras regras. Tanto que os próprios berliners dizem: “Berlim não é Alemanha”.
Eu tenho uma relação meio ambígua com a cidade. Meio como São Paulo, onde eu moro. Às vezes amo. Às vezes, não sei bem o que sinto. Mas sempre volto. Sempre encontro algo novo. Seja pelo trabalho ou pelo prazer de descobrir lugares que fogem do óbvio.
Nessa lista, vou dividir os lugares que mais gosto. Desde cafés e restaurantes a baladas, brechós e rolês culturais. Lugares que visitei ou que os próprios locais me recomendaram.
Se você está atrás de dicas turísticas mais tradicionais, dá uma olhada neste outro post que fiz sobre viajar para Berlim. Agora, se quer descobrir lugares menos turísticos e mais autênticos em Berlim, continua aqui comigo.
- Sobre Berlim
- Onde tomar café em Berlim
- O que fazer em Berlim: bares e pubs
- O que fazer em Berlim: rolês culturais diferentes
- Onde sair à noite em Berlim: baladas
- Onde fazer compras em Berlim: brechós
- FAQ: viagem para Berlim
Sobre Berlim
Berlim tem uma vibe difícil de explicar. Não segue padrões, não tenta agradar.
É uma cidade cheia de nuances, onde tudo parece coexistir: o antigo e o moderno, o caos e a organização, o tradicional e o alternativo.
É uma capital que carrega cicatrizes, mas que as transforma em arte, cultura e expressão.
Explorar Berlim é entender que ela não é óbvia.
É perder-se em bairros com grafites que contam histórias, descobrir cafés escondidos e se deixar levar por espaços que mais parecem resistências criativas do que pontos turísticos.
Berlim não é pra ser “vista”. É pra ser sentida. E você pode sentir um pouco dessa vibe com essa série de vídeos que eu publiquei no Instagram 🙂
Onde tomar café em Berlim
Café aqui não é só uma bebida – é quase um estilo de vida (me lembra São Paulo). Em Berlim, os cafés são tão diversos quanto a cidade. Tem aqueles cheios de história, outros super minimalistas e modernos.
Alguns são perfeitos pra sentar e relaxar, enquanto outros parecem feitos pra você pegar o café e sair andando. Vou te contar os que mais gosto, que capturam bem o espírito de Berlim.
Café Cinema
Sabe aquele lugar com cara de filme cult? É o Café Cinema. Escondido em um beco de Hackescher Markt, ele é perfeito para quem quer um café com personalidade.
O ambiente é cheio de pôsteres e objetos antigos, com uma vibe boêmia e descontraída. Dá para se perder no tempo ali enquanto toma um cappuccino e observa o movimento de Mitte (que aliás é um ótimo bairro pra bater perna).
LAP Coffee
Minimalista. O LAP Coffee é para quem gosta de simplicidade.
Não tem Wi-Fi, não tem banheiro e mal tem onde sentar – a ideia aqui é pegar seu café e seguir descobrindo a cidade.
E o preço? Justo: €2 por um americano e €1,50 por um espresso, o que é barato para os padrões de Berlim. Um café direto ao ponto, sem firulas, mas com qualidade impecável.
Anima
No Locke Hotel, o Anima mistura café, restaurante e co-working com uma vista incrível pro rio.
A vibe é bem moderna, cheia de plantas e luz natural. É o tipo de lugar onde você pode passar horas, seja trabalhando ou só relaxando depois de um dia de passeio.
House of Small Wonder
Esse é um charme só. Com uma escadaria cheia de plantas logo na entrada, parece que você está entrando em outro universo.
O menu tem aquele mix de brunch caprichado, com opções criativas e deliciosas, como croissants recheados e bowls. O ambiente é tão acolhedor que dá vontade de passar horas ali.
Café Fleurs
Esse é, sem dúvida, um dos cafés mais lindos que já fui na vida. Uma mistura perfeita de floricultura e café.
O espaço é super legal, cheio de arranjos espalhados e com uma decoração que parece pensada (e ao mesmo tempo não pensada) nos mínimos detalhes. Me lembrou o Camelot Café, da Cracóvia, mas com aquela pegada despretensiosa que só Berlim tem. Juro, saí de lá sonhando em abrir algo assim em São Paulo.
Os preços são justos pra cidade: €3 por um americano. Dá vontade de voltar só pra sentar mais um pouco e aproveitar o clima único desse lugar. Se puder, não deixe de ir.
O que fazer em Berlim: bares e pubs
Gente, eu nunca vi um povo que bebe tanto quanto o de Berlim. Cerveja aqui é praticamente água, e eles começam cedo. Dá pra ver gente com uma cerveja na mão a qualquer hora do dia.
Então, claro, bar é o que não falta. Desde os tradicionais biergartens até os lugares mais alternativos, aqui estão os que acho que valem a visita.
Holzmarkt
Meu bar preferido em Berlim. O Holzmarkt é um daqueles lugares que resumem o espírito de Berlim: alternativo, criativo e super descontraído. Juro, é muito único.
Fica às margens do rio Spree, com uma vibe de vilarejo urbano cheio de surpresas. O espaço é todo espalhado, com várias áreas: bar, food trucks, uma mini praia, instalações artísticas e palco para apresentações ao vivo.
É o tipo de lugar pra passar horas, seja tomando um drink, curtindo uma música ou só observando o vai e vem da galera.
A vibe é bem roots, cheia de grafites e arte por todo lado, mas ao mesmo tempo tem uma organização que deixa tudo fluindo. É perfeito tanto pra quem quer relaxar quanto pra quem tá no clima de socializar. Leve dinheiro porque a maioria dos lugares não aceita cartão!
Klunkerkranich
Esse é o tipo de lugar que parece errado até você chegar. Você sobe por um elevador suspeito, atravessa um estacionamento mais suspeito ainda, e, de repente, tá no rolê.
A vibe lembra o Holzmarkt, com várias áreas diferentes, obras de arte espalhadas e umas instalações super diferentonas que dão aquele toque alternativo berliner.
É um ótimo lugar pra curtir o fim de tarde com uma vista incrível da cidade. Tem chope, drinks e pista pra dançar – sempre com música eletrônica, claro. Dica importante: leve dinheiro, porque aqui é cash only!
Green Door Bar
O Green Door é um daqueles lugares que você só encontra porque alguém te contou.
A entrada é discreta, uma porta verde com uma campainha, no meio de Schöneberg. Quando você entra, o ambiente é aconchegante, meio retrô, com uma iluminação baixa que deixa tudo com um clima intimista.
O bar já foi eleito “Bar do Ano” na Alemanha, e a bartender Maria Gorbatschova também ganhou o prêmio de “Bartender do Ano” – o que faz total sentido quando você experimenta os drinks.
Prater Garten
O Prater Garten é o biergarten mais antigo de Berlim e é aquele tipo de lugar que você tem que conhecer pelo menos uma vez.
O ambiente é super o imaginário alemão: mesas de madeira compartilhadas, árvores gigantes cobrindo tudo e cerveja servida direto do barril.
A comida é bem típica alemã – salsichas, pretzels e afins –, mas o serviço pode ser meio demorado, especialmente nos dias mais cheios.
Space Meduza
Ainda não fui, mas está na minha lista pra próxima ida a Berlim. Me falaram que o Space Meduza é aquele tipo de bar com uma vibe bem berliner: alternativo, descolado e com música boa. Parece ser perfeito pra quem curte um ambiente mais intimista e quer fugir dos lugares mais óbvios.
Pesquisando, vi que é super bem avaliado e sempre mencionado como um bar com personalidade, daqueles que só Berlim consegue oferecer. Assim que eu visitar, atualizo aqui, mas já fica a dica se você for antes de mim!
O que fazer em Berlim: rolês culturais diferentes
A capital alemã tem opções culturais pra todos os gostos, e a Ilha dos Museus é prova disso. Um lugar incrível, com alguns dos museus mais importantes do mundo – dá pra passar dias explorando e ainda sair com a sensação de que não viu tudo.
Mas, como esse não é o foco aqui, vou falar de rolês que saem um pouco dessa rota mais tradicional. Lugares diferentes, inusitados e que mostram um lado mais alternativo da cidade.
Se é isso que você está procurando, continua aqui comigo.
Teufelsberg – a estação de espionagem abandonada
Imagina uma colina feita de escombros da Segunda Guerra, no meio de uma floresta. Lá no topo, uma antiga estação de espionagem da Guerra Fria.
Hoje, é um lugar cheio de grafites e com uma vista incrível de Berlim. Dá pra explorar as cúpulas (o eco lá dentro é surreal) e sentir aquele mix de história e arte urbana. Se curtir, vale levar uma câmera e sapatos confortáveis pra caminhar.
Berliner Unterwelten – os túneis secretos da cidade
Eu nunca tinha pensado que Berlim tivesse tanta coisa acontecendo debaixo da terra. Esse passeio te leva por bunkers da Segunda Guerra e até túneis usados durante o Muro de Berlim.
É um tour guiado bem detalhado, mas super interessante, que te dá um lado mais escondido da história da cidade. Recomendo reservar com antecedência, porque é super concorrido.
Urban Nation – museu de arte urbana
Se você ama grafite e arte de rua, precisa passar no Urban Nation. É um museu pequeno, mas com uma curadoria incrível.
O legal é que as obras não ficam só lá dentro – as ruas ao redor também são cheias de murais e intervenções artísticas. Dá pra combinar com um passeio pelo bairro e passar horas só admirando os detalhes.
Cemitério Dorotheenstädtischer Friedhof
Parece estranho colocar um cemitério na lista? Talvez. Mas esse aqui tem túmulos de nomes como Bertolt Brecht e Hegel. É calmo, bonito e cheio de história.
Uma caminhada por lá é quase um respiro no meio do caos da cidade. Se você curte um rolê diferente, pode ser uma boa ideia.
Monsterkabinett
Esse é o mais excêntrico da lista. O Monsterkabinett fica em um beco escondido, e a experiência é bem… peculiar. É cheio de esculturas mecânicas e instalações que misturam arte e tecnologia, tudo com uma vibe meio bizarra.
Fica do lado do Café Cinema, então dá pra conhecer os dois no mesmo dia.
Onde sair à noite em Berlim: baladas
Eu não sou a maior fã de música eletrônica, mas vou te falar: Berlim é a meca do eletrônico no mundo. Aqui as pessoas levam isso muito a sério – então, se você ama esse estilo, é o lugar certo.
Como não é muito minha vibe, não costumo ir nas baladas, mas tenho amigos que moram aqui e vivem me indicando. Vou compartilhar as que são mais famosas e com as melhores dicas que já ouvi.
Berghain
A Berghain é, sem dúvida, a balada mais famosa de Berlim e, provavelmente, do mundo.
Já passei pela porta, e a fila, dependendo do horário, pode ser insana. Tem gente que espera horas pra entrar e… nem sempre consegue. Sim, porque os seguranças são conhecidos por serem super rigorosos – tem até um site onde você pode fazer um teste pra ver se “passaria” na porta.
As dicas que mais ouço? Vá sozinho ou em grupos pequenos, use roupas pretas e mais simples (nada de exagerar) e evite ficar falando muito na fila. Eles gostam de uma vibe mais discreta e cool.
Também já ouvi que chegar bem cedo ou tarde da noite pode aumentar suas chances. Dizem que o melhor horário pra chegar é domingo às 6 da manhã. Sim.
Tem gente que foi recusada várias vezes, mas tem quem nunca tenha sido barrado. Ou seja, depende muito da sorte (e da sua cara naquele dia). Lá dentro, dizem que é uma experiência única. Não pode tirar foto e quase em como todas as baladas de Berlim, eles tampam a câmera do seu celular com um adesivo.
Enquanto escrevo aqui estou me convencendo de que eu deveria ir. Se eu for, depois atualizo com a minha experiência real.
Sisyphos
Se a Berghain é o templo, o Sisyphos é tipo um festival disfarçado de balada.
Ele fica mais afastado, numa antiga fábrica, e tem várias áreas ao ar livre, o que faz dele um lugar perfeito pra ir no verão.
É um rolê mais descontraído, quase como um mini festival de fim de semana. Tenho amigos que dizem que lá é impossível não se sentir à vontade, mesmo que você não seja fã de eletrônico.
KitKat Club
Essa balada é famosa pelo dress code ousado – ou melhor, pela falta de dress code. A KitKat é mais que uma balada, é uma experiência. A vibe é super libertadora, e eles prezam muito pela privacidade de quem tá lá dentro, então fotos são proibidas. Aliás, é obrigatório deixar o celular na chapelaria..
Se você for, dizem que o melhor é entrar na vibe e ir com a mente aberta (e talvez um look que você nunca usaria em outro lugar kkk). Assim como todas as baladas em Berlim, você pode ser recusado na porta.
Kater Blau
Me falam que o Kater Blau é tipo o primo mais leve da Berghain, com uma vibe um pouco menos intensa.
Ele fica às margens do rio Spree e tem vários ambientes, com música boa e um público mais alternativo. É o tipo de lugar que você entra e só sai quando o sol já nasceu, porque a festa nunca parece acabar.
Watergate
O Watergate é conhecido pela vista incrível do rio Spree, com uma pista de dança que tem janelas de vidro gigantes.
Dizem que é mais sofisticado que outras baladas da cidade, mas ainda assim tem aquele toque berlinense de música impecável e gente de todas as partes do mundo.
Onde fazer compras em Berlim: brechós
Em euro, nada é exatamente barato, né? E em Berlim, que é ~toda descolada˜, os preços do brechó acabam sendo mais inflacionados do que em outras cidades da Europa.
Tem que garimpar muito pra valer a pena – mas eu amo esse tipo de rolê, mesmo que no fim eu não leve nada pra casa, ops, pro hotel. Aqui vão os lugares que eu mais gosto de explorar:
Humana Second Hand & Vintage
A Humana é a principal rede de second hand em Berlim. A loja da Frankfurter Tor é um mundo à parte: são cinco andares de roupas e acessórios, do retrô ao super vintage.
Dá pra se perder por horas. Os preços não são os mais baratos, mas tem tanta coisa que sempre dá pra achar um achado (se tiver paciência).
Picknweight
Aqui a brincadeira é pagar por peso, mas não pense que é baratinho, tá? A curadoria é ótima, e você encontra de tudo: casacos, vestidos, jaquetas de couro, óculos retrô…
É o tipo de loja que já foi pensada pra te fazer sentir em um set de filme dos anos 70. As unidades de Kreuzberg e Mitte são as minhas favoritas.
Kleidermarkt Garage
Essa aqui é pra quem gosta de uma vibe mais roots.
Fica em Schöneberg e tem aquela cara de brechó clássico. Você paga por quilo e pode encontrar desde jeans vintage até jaquetas de couro pesadonas. Tem um toque mais “achadinho da sorte”, sabe?
Vintage Galore
Essa é a definição de charme.
O foco aqui são móveis e decoração, tudo com uma pegada retrô super estilosa. É pequena e intimista, mas cada peça parece ter uma história. Não é barata, mas é uma experiência só de passear por lá.
Flohmärkte (mercados de pulgas)
Se você gosta de garimpar ao ar livre, os mercados de pulgas são o lugar certo.
Meus favoritos são o da Boxhagener Platz e o de Mauerpark (esse tem até música ao vivo e comida de rua aos domingos).
Mesmo que eu não compre nada, explorar esses lugares faz parte do encanto de Berlim. É o tipo de programa que já vale pela experiência.
FAQ: viagem para Berlim
Se você chegou até aqui, quer dizer que está realmente planejando uma viagem pra Berlim.
Então, pra facilitar ainda mais, vou responder as últimas dúvidas que podem surgir antes de você embarcar. E pra te ajudar, vou deixar uns links e cupons que sempre me ajudam nas viagens – porque, né, economizar nunca é demais.
1. Preciso de seguro viagem pra Berlim?
Sim! Seguro viagem é obrigatório pra entrar na Alemanha e no Espaço Schengen. E, sério, mesmo que não fosse, é essencial. Nunca se sabe o que pode acontecer. Eu sempre uso o Seguros Promo, que tem uma cobertura ótima e um preço bom. Tenho um cupom de desconto DESCOBRIPORAI5.
2. Preciso de chip de internet?
Facilita muito! Dá pra se virar com Wi-Fi, mas ter internet no celular faz toda diferença pra usar o Google Maps ou chamar um transporte. Eu costumo usar o chip da AmericaChip, que já testei e funciona bem na Europa ou em qualquer lugar do mundo. Use meu link com desconto aqui e já chega na Alemanha conectado.
3. Onde reservar passeios diferentes em Berlim?
Quer fugir do básico? Recomendo muito o GetYourGuide que tem várias opções legais – de tours pelos túneis históricos a experiências mais locais. Sempre uso e funciona super bem. Aqui tem meu link especial com desconto, se quiser aproveitar.
4. Transporte público em Berlim: é bom?
É ótimo! Berlim tem metrô, ônibus e tram que te levam pra qualquer lugar. Se você vai usar bastante, vale pegar o Berlin WelcomeCard, que inclui transporte ilimitado e ainda dá desconto em várias atrações.
5. Qual é a melhor época pra visitar Berlim?
Depende do que você gosta. No verão, a cidade é super viva – parques, biergartens, gente na rua. No inverno, tem os mercados de Natal e uma vibe mais intimista, mas faz frio de verdade. Outono e primavera são as minhas épocas preferidas, porque o clima é mais equilibrado.
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